Letra de Luis César Amadorii
Música de Francisco Canaro
Velha parede dos arrabaldes,
Tua sombra foi minha companheira.
Da minha infância sem esplendor
A amiga foi tua madressilva.
Quando, tremendo, meu amor primeiro
Com sua esperança beijou minh’alma,
Eu, junto a ti, pura e feliz,
Cantava assim minha primeira confissao:
Madressilvas em flor, que me viram nascer,
E na velha parede surpreenderam meu amor…
Tua humilde caricia e’ como o carinho
Primeiro e querido que sinto por ele!
Madressilvas em flor, que trepando se vao,
Teu abraco e forte e doce como aquele…
Se todos os anos tuas flores renascem,
Faca com que nao morra meu primeiro amor!
Passaram os anos, e meus desengaños
Eu venho a contar-te, minha velha parede…
Assim aprendi que e’ preciso fingir
Para viver decentemente.
Que amor e fe mentiras sao,
E da dor, ri-se o mundo.
Hoje que a vida me castigou
E me ensinou seu credo amargo,
Velha parede, com emocao,
Chego a ti e te digo como ontem:
Madressilvas em flor, que me viram nascer,
E na velha parede surpreenderam meu amor…
Tua humilde caricia e’ como o carinho
Primeiro e querido que nunca esqueci!
Madressilvas em flor, que trepando se vao,
Teu abraco e forte e doce como aquele…
Se todos os anos tuas flores renascem,
Porque nao volta mais meu primeiro amor…